UM PARAENSE QUE LEVA O NOME DE MOSSORÓ PARA O MUNDO

Carlos Guerra Jr.Colaboração




José Maria Lima Júnior nasceu no pequeno município de Capanema (PA). Ele sempre foi um menino muito enérgico e danado também, tanto que quando tinha quatro anos de idade ligou o carro do seu pai escondido (mas não deu outra: bateu no poste em frente). Ele também costumava quebrar eletrônicos, brinquedos e demais objetos da casa. Toda essa energia ele tentava utilizar na prática de algum esporte (e a família também queria que Júnior se ocupasse com outra coisa), mas a cidade paraense era tão pequena que não existia qualquer escolinha esportiva. Quando o menino tinha sete anos, o pai dele se transferiu para Codó (MA). Lá, a fábrica de cimento na qual a família morava era isolada do restante da cidade e o menino continuou longe dos esportes. A prática de alguma modalidade só foi possível quando ele se transferiu para Mossoró. Júnior foi matriculado na escolinha de natação do Sesi. Toda aquela energia finalmente foi direcionada para um esporte e ele se destacou de imediato. O garoto foi campeão interno do Sesi, campeão municipal e de demais competições da região Oeste. Aos poucos, o treinador foi colocando o pequeno nadador para treinar com atletas mais velhos para que pudesse melhorar o rendimento, e isso foi dando resultados importantes.O grande problema foi que o menino continuava aprontando em casa. Os treinos na piscina não eram suficientes para cansá-lo e, por isso, os pais dele o colocaram em outros esportes. Handebol, basquetebol, futebol de campo e ciclismo foram algumas das modalidades que ele conseguiu títulos. A vida dele se resumia praticamente a praticar esportes e estudar.Quando tinha 13 anos, Júnior conheceu o bicicross. Nesse esporte, os títulos não apareceram de imediato e isso o deixou bastante chateado. O adolescente, então, resolveu fazer uma aposta arriscada: deixou de praticar todos os outros esportes para tentar ser um vencedor no bicicross. Nesse tempo surgiu também um apelido que ele leva até hoje: Júnior Banana. Os outros atletas do bicicross passaram a chamar assim porque o paraense era bastante concentrado, ao ponto de evitar brincadeiras. Então, os companheiros consideraram que ele "escorregava" das piadas. O apelido pegou e por onde competiu o atleta passou a se inscrever com o codinome.E a energia nos treinos deu resultados importantes. Aos 15 anos de idade, ele já era o melhor do bicicross em Mossoró e região, mesmo competindo com uma bicicleta sem estrutura. Aos 16 anos, foi participar de uma prova em Natal e venceu com certa facilidade. Por causa disso, foi chamado para competir no Campeonato Brasileiro em São Leopoldo (RS).Na competição nacional do ano de 1993, ninguém conhecia o atleta que estava representando o Rio Grande do Norte, mas Júnior Banana estava empolgado e sonhava até com o título. No início da prova decisiva, ele partiu com tanto entusiasmo que chegou a liderar o Campeonato Brasileiro. Mas o excesso de confiança quase o tirou da disputa, porque ele levantou as pernas para ironizar a disputa e a comissão chegou a cogitar a sua eliminação, que acabou não acontecendo. No final, o atleta ficou em segundo lugar e foi considerado o grande destaque da competição, sendo destaque em diversos veículos nacionais.
Atleta cuida da preparação para ter alto rendimentoCom o tempo, Júnior Banana descobriu que sua forma de treinar era totalmente errada, uma vez que ele só fazia correr na bicicleta e não exercitava treinamentos físicos. O paraense radicado mossoroense, então, otimizou a sua preparação e conseguiu resultados bem melhores. O segundo lugar na Copa do Brasil o encheu de esperança para tentar uma vaga no mundial que seria realizado no Brasil.No pré-mundial, ele venceu todas as provas até a final. Mas, antes da decisão, a sua bicicleta foi roubada. Banana caiu em completo desespero porque ia perder a vaga por W.O. Felizmente, um amigo emprestou uma bicicleta para o representante potiguar. O formato era totalmente diferente da sua, mas a concentração era tão grande que, ainda assim, conquistou o título. No mundial, Júnior não conseguiu ser um dos primeiros, mas já estava realizado só em competir com os melhores do mundo.O atleta inseriu outro item na sua preparação no ano de 2004: a musculação. Com esse aprimoramento, Júnior Banana passou a ter resultados ainda melhores. Mesmo participando de menos da metade das provas, o atleta chegou ao quinto lugar no ranking nacional. Dois anos depois, o atleta foi campeão brasileiro em duas categorias e, mais uma vez, campeão do pré-mundial. No mundial, ele venceu em todas as eliminatórias, porém bateram em sua bicicleta na grande decisão e o atleta ficou na oitava posição. Júnior Banana ainda participou de duas provas nos Estados Unidos, onde estão os melhores atletas do mundo, e venceu outras competições no país, que o colocaram como terceiro colocado no ranking nacional ao término do ano de 2008.Ainda assim, a dificuldade financeira é extrema. Ele considera a temporada de 2009 a pior de todas em termos de apoio e, por isso, só participou de uma prova neste ano, deixando de participar de uma dezena. Ele ia ficar fora, inclusive, do Campeonato Brasileiro, que acontece em Salvador (BA) no mês de setembro, mas o empresário Carlos Guerra, da Petrosal Serviços Ltda., vai bancar as viagens dele para essa competição e para provas em Minas.